Traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto
Jesus empregou um método de apologética pressuposicional. Os apologistas cristãos hoje fariam muito bem em seguir o exemplo do nosso Senhor. O Salvador era perfeitamente consistente em Seu ensino. Como esboçado acima, Cristo ensinou as doutrinas que vieram a ser conhecidas como os cinco pontos do Calvinismo. Essas doutrinas ensinam que o homem é um pecador totalmente depravado e, portanto, a salvação é plena e totalmente pela graça de Deus. Um método apologético evidencialista é inconsistente com a doutrina calvinista, enquanto totalmente consistente com a doutrina arminiana do livre-arbítrio. O evidencialista arminiano crê que, se fornecermos evidência convincente suficiente, um homem raciocinará que a Bíblia é a Palavra de Deus e que Jesus é quem Ele reivindica ser. Ele então empregará o seu livre-arbítrio para “aceitar a Cristo”.
Concordo que a evidência para a veracidade da Escritura e as afirmações de Cristo estão por todos os lugares (Rm 1.18ss). Contudo, por causa dos efeitos noéticos do pecado, o homem suprime tal evidência. Mesmo que alguém possa provar, sem sombra de dúvida, que Jesus ressuscitou dentre os mortos e que a Bíblia é a palavra de Deus, isso não convenceria uma pessoa a ser salva, pois a salvação procede da graça de Deus, e não da vontade do homem (João 1.13). É a pregação correta de todo o conselho de Deus que Deus emprega na salvação das almas. Em Sua “defesa da fé”, Jesus nunca discutiu com os romanos mediante a apresentação de um sistema elaborado de provas teístas. Nem Ele tentou vencer os saduceus com evidência empírica dos aspectos sobrenaturais da Escritura. Jesus “pressupôs” a existência do Deus do universo revelado na Escritura, e não poderia ter feito outra coisa, sendo ele mesmo o “Deus conosco” (Mt 1.23).
Nos quarenta dias sendo tentado por Satanás, Jesus sabia que Sua melhor arma contra o Maligno era a auto-autenticadora Palavra de Deus. Três vezes Jesus reagiu à tentação do diabo com “está escrito…”.
Não somente Jesus “pressupôs” a verdade da Palavra de Deus, mas tomou-a acriticamente. Jesus aceitou como fato histórico os eventos que teólogos racionalistas modernos relegam às categorias de “mito” ou “lenda”. Por exemplo, Jesus ensinou o relato da criação em Gênesis (Mt 19.4) como um evento histórico. Ele ensinou a história de Jonas como um evento real e não deu sequer uma indicação que a experiência maravilhosa de Jonas era apócrifa ou puramente simbólica (Mt 12.38-41). Nosso Senhor também afirmou a historicidade de Noé e o dilúvio (Mt 24.37-39). Jesus assumiu a verdade da Escritura, usando até mesmo detalhes daquelas passagens “difíceis” para ilustrar aspectos de Sua obra. Por exemplo, Jesus usou a historicidade da história de Jonas para ilustrar que Ele permaneceria sobre as trevas da morte por um tempo, mas ressuscitaria ao terceiro dia (Mt 12.40-41).
Mark Duncan
Fonte: Monergismo
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